O estudo em evidência, fruto de reflexão teórica, busca trazer considerações acerca do papel da escola na erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher no plano simbólico. Para tal, considera o discurso como forma de prática social, não apenas de representação do mundo, mas de significação do mundo, por meio do qual é possível depreender as relações de poder que se fazem presentes nos mais diversos textos utilizados no cotidiano dos alunos. Sustenta a hipótese de que as violências sofridas no âmbito das relações domésticas e familiares contra as mulheres, sejam possíveis devido a uma ideologização patriarcal que se materializa no discurso, logo na prática do agressor e tende a representar o mundo por essa ótica; reproduzindo relações desiguais de gênero, hierarquizadas de poder em vários âmbitos, inclusive no privado, legitimando a violência nesse espaço. Problematiza o patriarcado como dispositivo de poder sobre os corpos, a sexualidade e a apropriação do sexo feminino, por meio de um processo de socialização sexista, considerado natural para compreensão e interpretação das relações interpessoais. Apresenta na sua construção metodológica, uma pesquisa de natureza qualitativa, com base na pesquisa bibliográfica e no método Análise Crítica do Discurso (ACD) do linguista Norman Fairclough em seu Modelo Tridimensional. Por fim, sugere-se algumas propostas no meio escolar para enfrentamento dessa questão.