Neste trabalho, investigamos o uso variável do subjuntivo em um gradiente de modalidade em contexto sintático de orações subordinadas, parentéticas e independentes. Nosso aporte teórico tem apoio na Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), que consiste na conciliação de pressupostos teórico-metodológicos da Linguística Funcional de base norte-americana (GIVÓN, 2001) e da Gramática das Construções (GOLDBERG, 1995; TRAUGOTT, TROUSDALE, 2013). Alicerçados, então, nessa teoria, a presente pesquisa é orientada pelas seguintes questões- problema: O modo subjuntivo está atrelado somente ao valor de incerteza? Como seria disposto o uso variável do modo subjuntivo em um gradiente de modalidade? Em relação à primeira pergunta, aventamos que o subjuntivo se apresenta relacionado a um valor de incerteza medido em uma escala e que tende a ser mais usado em situações em que a noção de projeção futura se faz presente; e em relação à segunda pergunta, conjecturamos que o uso do subjuntivo pode ser distribuído em um continuum da modalidade irrealis a partir dos eixos submodos deôntico e epistêmico, segundo o gradiente de modalidade na visão givoniana. Em relação à metodologia, orientamo-nos através do Método Misto (CUNHA LACERDA, 2016) que conjuga as metodologias qualitativa e quantitativa. A amostra da pesquisa é constituída por 24 entrevistas do Português Popular e do Português Culto de Vitória da Conquista. Referente à análise do dados, os resultados apontaram que o subjuntivo era mais realizado diante do contexto em que o traço de projeção futura associada à incerteza se apresentava relacionado à categoria da modalidade irrealis na dimensão do submodo deôntico com valor semântico de volição e manipulação e na esfera do submodo epistêmico com valor de probabilidade. O resultado deste trabalho constitui uma proposta que pode conduzir a um ensino reflexivo da Língua Portuguesa, de uma forma mais contextualizada com a realidade da língua em uso pelos falantes.