Neste trabalho, analisamos o fenômeno de antecipação do discurso por meio do chunking, com foco no processo de construcionalização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013) por que passa o verbo chegar dentro de estruturas do tipo [V1 (x) + V2] no português falado no Brasil. Para tanto, considerando a língua em uso, observamos o grau de esquematicidade de tais construções e os processos cognitivos de domínio geral que operam na interlocução dentro de um determinado contexto comunicativo, de acordo com Bybee (2010). A amostra escolhida para essa análise é composta por 48 (quarenta e oito) entrevistas de dois corpora orais, a saber: o Corpus do Português Popular de Vitória da Conquista (Corpus PPVC) e o Corpus do Português Culto de Vitória da Conquista (Corpus PCVC). Fizemos uso da ferramenta computacional Antconc na análise quantitativa e qualitativa, cujos resultados apresentaram 6072 construções, nas quais o verbo chegar aparece com um total de 184 frequências tokens. Observamos, ainda, que a respeito dos slots de X e V2, há um alto grau de esquematicidade. Além disso, nos subníveis da rede fica notório que, apresentada restrições dos elementos intermitentes entre V1 e V2, o grau de esquematicidade se reduz. A partir dessas constatações objetivamos apresentar alternativas de abordagem desse conteúdo para turmas de 9º ano do ensino fundamental, quanto à função de V1 em estruturas perifrásticas e as diversas possibilidades de preenchimento dos slots nessas estruturas, além de ampliar a discussão sobre como ocorre a antecipação do discurso entre os interlocutores.