Artigo Anais do XVI Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia

ANAIS de Evento

ISSN: 2175-8875

NEOEXTRATIVISMO E PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO NA AMAZÔNIA: A CIDADE DE MARABÁ - PA COMO CORREDOR LOGÍSTICO ESTRATÉGICO DA MINERAÇÃO.

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Publicado em 28 de novembro de 2025

Resumo

O modelo de desenvolvimento econômico baseado no neoextrativismo na Amazônia brasileira, tem promovido significativas transformações socioespaciais nessa região, especialmente em cidades que funcionam como corredores logísticos da cadeia extrativa. Na Amazônia, essa lógica tem promovido uma reestruturação territorial que impacta diretamente as cidades, transformando-as em nós logísticos e operacionais da cadeia produtiva, ligada principalmente a atividade mineral. Marabá, no sudeste do Pará, é um exemplo emblemático desse processo. Sua localização, na confluência dos rios Tocantins e Itacaiúnas, associada à presença de eixos viários e ferroviários estruturantes — como a Rodovia Transamazônica (BR-230), BR-222 e a Estrada de Ferro Carajás — confere ao município um papel central na circulação de commodities, com destaque para a atividade mineral. A cidade passou a desempenhar um papel central na logística de transporte da mineração, a partir da implantação do Projeto Grande Carajás e pelo atual projeto S11D da mineradora Vale S.A. Assim, como reflexo nessa busca de ampliar o fluxo e o escoamento da atividade mineral da região, a cidade de Marabá, vivencia atualmente a construção simultânea de duas novas pontes — uma rodoviária e outra ferroviária — sobre o rio Tocantins, que integra um projeto mais amplo de reestruturação logística voltada à intensificação do escoamento de minérios na região, consolidando Marabá como um eixo logístico essencial nos fluxos de escoamento de minérios entre o sul do Pará e os portos do Maranhão. Diante desse contexto, este estudo propõe uma análise crítica das relações entre o neoextrativismo mineral e a produção do espaço urbano, compreendendo o papel estratégico da cidade de Marabá-PA na logística mineral, partindo da análise da construção das pontes mencionadas. A pesquisa parte do pressuposto de que a urbanização em cidades amazônicas tem sido profundamente influenciada pela lógica do capital mineral, operando uma reconfiguração do território sob a lógica da funcionalização econômica e da subordinação das dinâmicas sociais às exigências dos mercados globais.

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