ESTE ESTUDO BASEIA-SE NO ACOMPANHAMENTO LONGITUDINAL DE AS, 80 ANOS, QUE APRESENTA, SEGUNDO DIAGNÓSTICO MÉDICO, A AFASIA COMO SEQUELA DE UM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO (AVCI), ALÉM DISSO, AS TEM HEMIPLEGIA À DIREITA. COM O INTUITO DE AVALIAR O FUNCIONAMENTO DA LINGUAGEM E INTERVIR NAS DIFICULDADES LINGUÍSTICAS APRESENTADAS EM SITUAÇÕES REAIS DE COMUNICAÇÃO, A PESQUISA APOIOU-SE NA NEUROLINGUÍSTICA DISCURSIVA QUE SERVIU COMO BÚSSOLA PARA O APROFUNDAMENTO DO TEMA. PORTANTO, NESTE TRABALHO, ESTARÃO EM DESTAQUE OS PROCESSOS ALTERNATIVOS DE SIGNIFICAÇÃO. ENTENDE-SE POR PROCESSOS ALTERNATIVOS DE SIGNIFICAÇÃO O USO DE SISTEMAS NÃO VERBAIS COM A FINALIDADE DE O SUJEITO SE FAZER ENTENDER. O SUJEITO DESTA PESQUISA APOIA-SE NA LINGUAGEM GESTUAL/CORPORAL, NA EXPRESSÃO FACIAL PARA SE MANTER NA LINGUAGEM. A HIPÓTESE APRESENTADA É QUE PROPORCIONAR A CONTEXTUALIZAÇÃO DA LINGUAGEM POR MEIO DO CONVÍVIO SOCIAL PODE POSSIBILITAR AO AFÁSICO A REORGANIZAÇÃO DO SEU DIZER, AINDA QUE POR UM SISTEMA ALTERNATIVO DE SIGNIFICAÇÃO. OBJETIVOS: ABORDAR AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROLINGUÍSTICA DISCURSIVA NA (RE)ORGANIZAÇÃO DA LINGUAGEM DE UM SUJEITO AFÁSICO, PESQUISANDO AS ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM EM ACOMPANHAMENTO LONGITUDINAL, NOS ASPECTOS SOCIAIS E EMOCIONAIS DESSE INDIVÍDUO, E IDENTIFICAR O SILÊNCIO COMO PARTE DO SISTEMA DE SIGNIFICAÇÃO NA LINGUAGEM DESSE AFÁSICO. METODOLOGIA: A METODOLOGIA UTILIZADA TANTO NOS ACOMPANHAMENTOS INDIVIDUAIS QUANTO NOS GRUPAIS FOI PAUTADA NA NEUROLINGUÍSTICA DISCURSIVA, OU SEJA, NO PRESSUPOSTO TEÓRICO-METODOLÓGICO E PRÁTICO EM QUE A LÍNGUA, O DISCURSO, O CÉREBRO E A MENTE SÃO CONSIDERADOS COMO CONSTRUCTOS HUMANOS QUE, AO SE RELACIONAREM E PERMEAREM A LINGUAGEM, PERMITEM O SUJEITO INSTITUIR-SE. A COLETA DE DADOS É BASEADA NA METODOLOGIA DE DADO-ACHADO. ESSA METODOLOGIA CONCEBE À PESQUISA UMA DINÂMICA PRÓPRIA POR BASEAR-SE EM INTERAÇÕES DIALÓGICAS ENTRE SUJEITO E PESQUISADOR, CUJA PRÁTICA DISCURSIVA-ENUNCIATIVA É NORTEADA POR COORDENADAS ANTROPO-CULTURAIS, SÓCIO- HISTÓRICAS QUE CONTEXTUALIZAM AS AÇÕES E NÃO-AÇÕES QUE SE MANIFESTAM E POSTERIORMENTE COADUNADAS AO REFERENCIAL TEÓRICO PERTINENTE. RESULTADOS: NOS ACOMPANHAMENTOS REALIZADOS COM AS, FOI CONSTATADO QUE O SUJEITO POSSUI SEVERO COMPROMETIMENTO NA LINGUAGEM ORAL, DEVIDO A ISSO, FAZ USO CONSTANTE DOS PROCESSOS ALTERNATIVOS DE SIGNIFICAÇÃO PARA SE FAZER ENTENDER. APESAR DE EXISTIR ESTE COMPROMETIMENTO, FOI CONSTATADO QUE SUAS FUNÇÕES COGNITIVAS NÃO FORAM AFETADAS, ESTANDO ESTAS EM PERFEITAS CONDIÇÕES. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O SILÊNCIO POSSIBILITA AO AFÁSICO RESSIGNIFICAR, PORTANTO COMPREENDE UM IMPORTANTE RECURSO NO PROCESSO ALTERNATIVO DE SIGNIFICAÇÃO. RECONHECER O SENTIDO QUE O AFÁSICO ATRIBUI AO SILÊNCIO MANIFESTO É UMA FORMA DE INTERVENÇÃO BEM MAIS EFICAZ QUE A “ATRIBUIÇÃO” DE PALAVRAS QUE ELE NÃO PODE DIZER, É POSSIBILITAR AO AFÁSICO, DIZER, SIGNIFICAR, REVELAR-SE. A NEUROLINGUÍSTICA DISCURSIVA (ND) TEM CONTRIBUÍDO PARA UM OLHAR DIFERENCIADO PARA OS QUADROS DE AFASIA AO RECONHECER O SISTEMA DE SIGNIFICAÇÃO DE LINGUAGEM DO SUJEITO E AQUI IDENTIFICAMOS O SILÊNCIO COMO PARTE DESSA POSSIBILIDADE DE CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS.