O artigo analisa o caso de Ariel, uma mulher trans assassinada em 2020, e investiga as dificuldades do Sistema de Justiça Criminal em reconhecer o crime como feminicídio. Utilizando uma abordagem qualitativa e exploratória, a pesquisa utiliza o estudo de caso e coleta de dados pela análise documental do inquérito policial e do processo judicial, além de reportagens veiculadas sobre o caso. Apesar do homicídio de Ariel apresentar todas as características do feminicídio íntimo, a qualificadora não foi aplicada. O estudo destaca a marginalização das mulheres trans no Brasil por meio do referencial teórico de Saffioti, Butler, Foucault e Connel e Pearse, considerando a interseccionalidade entre misoginia e transfobia.