Artigo Anais do XVI Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia

ANAIS de Evento

ISSN: 2175-8875

MINÉRIO-URBANIZAÇÃO NO CERRADO GOIANO – OS CASOS DE ALTO HORIZONTE, MARA ROSA E PILAR DE GOIÁS

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Pesquisar estes municípios se faz necessário, pois os movimentos de apropriação e uso do Cerrado e urbanização estão em uma ciclicidade constante, em alguns casos desde o século XVIII. Os ciclos aqui mencionados fazem referência ao descobrimento, exploração, exaurimento, descoberta...dos jazimentos minerais. Cada novo ciclo, altera a composição do bioma, além da estrutura urbana e social do lugar. Ambos municípios, passaram por processos de urbanização peculiares. Em 1736 é descoberto ouro em uma localidade que foi nominada Papuã, hoje, conhecida como Pilar de Goiás. Seis anos após, também é descoberto ouro em uma localidade nominada Amaro Leite, hoje Mara Rosa. Nestes dois municípios, a ênfase mineral passou junto com o ciclo do ouro. Já a proeminente Alto Horizonte, passou a viver seus dias de “glória mineral” a pouco mais de 15 anos. O tipo de urbanização vivida por Pilar de Goiás e Mara Rosa, se assemelha ao destacado por Souza (1987, p. 22): “ Mesmo quando o ouro escasseava, se o caráter de acampamento aurífero não mais persistia, se suas casas começavam a se requintar e suas cidades a ganharem edificações, o assentamento urbano permanecia”. Segundo Souza (2000, p.81): “ Territórios existem e são construídos (e descontruídos) nas mais diversas escalas, da mais acanhada (p. ex, uma rua) à internacional (p. ex., países membros da OTAN)”. Já para Santos (2014, p.50): Enfim, do que foi exposto sobre o conceito de território, fica claro que ele vai muito além de fronteiras delimitadas, fruto do poder político e/ou econômico de determinados grupos. Territórios podem ser diversificados, de tamanhos variados, sobrepostos, ligados por redes e mutáveis ao longo do tempo. Para entender a formação territorial e os fatores que o mantêm, é necessário levar em consideração as nuances políticas, econômicas, sociais, simbólicas, culturais e históricas, que se expressam no espaço através do território. O território em Alto Horizonte foi apropriado para servir de suporte as atividades minerais, foi construído tal qual descrito por Souza (2000) e Silva (2014), para atender as demandas entre outras, dos detentores do capital. O século XXI chegou com grandes movimentações nos três municípios. Em 2007 inicia-se as atividades minerais de exploração de cobre e ouro em Alto Horizonte, quatro anos após, inicia-se a extração de ouro em Pilar de Goiás, e finalmente em 2024, a extração de ouro em Mara Rosa. Por conta da mineração, o território, incluindo aí o bioma Cerrado foram apropriados, e tal qual descreve Cano (2011) os processos de urbanização foram caóticos. Não bastasse as mazelas de cunho social, a população passou a padecer das consequências ambientais. Silva (2019, p. 51), destaca que: “Além dos impactos ambientais a atividade mineira provoca transformações também no campo social. A implementação de um empreendimento minerário transforma a atividade econômica em nível local e regional”. O destaque feito por Silva (2019) ilustra o que acontece com o município e toda a região, onde a economia transformou a vida de poucos, porém os problemas ambientais, sociais e urbanos estão sendo auferidos por todos. Os três municípios estão vivendo momentos muito diferentes na atualidade. Enquanto Alto Horizonte vive o auge das atividades extrativistas, Mara Rosa tem contato com o novo boom mineral, iniciado a menos de um ano. Pilar de Goiás, talvez viva o pior dos cenários dentre os três, as atividades minerais foram bruscamente paralisadas a menos de 12 meses, e apenas pouco mais de década e meia após o início da exploração. METODOLOGIA Diante das problemáticas levantadas e do objetivo definido, estabeleceu-se a metodologia da pesquisa. Nesta perspectiva, diante do que assevera Severino (2007), a pesquisa seguirá a abordagem qualitativa. Considerando a relevância dos trabalhos de campo, conforme destaca Marconi & Lakatos (2003), foram realizados trabalhos de Campo nas áreas pesquisadas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após Papuã ser descoberta em 1732, um período de grande euforia se estabeleceu na região. O lugar que posteriormente passou a ser chamado de Nossa Senhora de Pilar, até chegar nos dias atuais como Pilar de Goiás. Após o cliclo do ouro, no século XVII, Pilar passou quase três séculos vivendo de pequenas ocorrências auríferas, descobertas, extraídas e exaurídas, trabalho sempre executado por poucos garimpeiros. Até que uma multinacional da mineração, descobre uma grande jazida no município. Conforme destaca Silva; Fernandes (2012, p.2):” No início do século XXI, a mineradora canadense Yamana iniciou um conjunto de pesquisa visando a viabilidade econômica de exploração mineral na região”. A canadense Yamana Gold, extraiu o bem mineral de 2011 a 2019, quando vendeu a planta de beneficiamento para outra empresa canadense, a Equinox. Apenas dois anos após ter adquirido a mina de Pilar, a Equinox vendeu a mesma para a empresa Pilar Gold, que fechou o empreendimento pouco mais de dois anos. Em notícia divulgada pelo portal da Assembleia Legislativa de Goiás , é possível constar a manchete com tons de preocupação: Em seu pronunciamento durante a discussão da Ordem do Dia desta quinta-feira, 20, o deputado Lineu Olimpio (MDB) expressou sua preocupação com a crise operacional enfrentada pela empresa Pilar Gold, criada em 2021, tendo como principal ativo a Mina de Pilar, localizada na cidade de Pilar de Goiás. Segundo o parlamentar, a empresa está passando por sérias dificuldades, o que resultou na paralisação das atividades e deixou mais de 600 famílias sem receber salários há mais de três meses. Ao contrário do cenário vivido em Pilar de Goiás, o município de Mara Rosa, após um longo período de marasmo mineral, está vivendo o que Palacin (1976), chama de euforia mineral. Uma grande mina de ouro entrou em produção em 2024. Os números apresentados pela empresa peruana Hochschild Mining impressionam. Segundo Monteiro (2024), a empresa já investiu um bilhão de reais em Mara Rosa, e entre diretos e indiretos, emprega 1.600 pessoas. Este mesmo município, no ínicio da década de 1990, havia sofrido um revés populacional, econômico e social. Até o inicio de 1990, onde hoje é a sede do município de Alto Horizonte, existia uma Vila pertencente ao município de Mara Rosa, chamada simplesmente Chapada. Com o inicio das pesquisas minerais na região a Vila foi crescendo, visando dar suporte as atividades minerais, e logo foi emancipada, juntamente com a vizinha Nova Iguaçu de Goiás. Em 2007 com o inicio da exploração e beneficiamento mineral houve, um aumento populacional expressivo, de cerca de 175% comparando os primeiros dados censitários disponíveis com o último (2022). Segundo dados da Agência Nacional de Mineração – ANM , somente em 2024 o município recebeu de CFEM- Compensação Financeira pela Exploração Mineral R$39.561.323,40. Ainda sobre as fases fatais da mineração descrita por Palacin (1976), Alto Horizonte está vivendo o apogeu mineral. É claro que no município, o crescimento é facil de ser constantado, crescimentos: urbanos, populacionais, empregos, comercais, entre tantos outros. Mas a mineração não é só dádiva, o preço cobrado é grande. Em Pilar de Goiás a “conta” já foi cobrada. Resta saber quando a “conta” chegará aos outros dois municípios. CONSIDERAÇÕES FINAIS Face a toda monta financeira orinunda da mineração, dos milhares de empregos diretos e indiretos gerados, o que se avisinha nos municípios pesquisados são situações divergentes, mas que no final, será o mesmo, já que os bens minerais são finitos, e por consequência tudo gerado pela mineração, também será. O Cerrado apropriado e utilizado será deixado sem reparo. O urbano será construído e descontruído para atender as demandas capitalistas, e será apenas um apêndice do que outrora foi um grande lugar. O poder público padecerá com o imediato corte de recursos, os governos federal e estadual não possuem políticas públicas para áreas de mineração. Tão pouco o governo municipal se preocupou em criar alternativas para a atividade, cuja qual, já se sabia desde o início que findaria. Contudo o que mais padece/padecerá, serão os moradores, que perderão seus empregos e suas expectativas futuras. O parque urbano decrescerá, depreciará e desfazer-se-á. Os detentores do capital, como é praxe, buscará novos biomas, povos, histórias e vidas para apropriar-se em nome de um novo empreendimento. Palavras-chave: Mineração, urbanização, cerrado REFERÊNCIAS FERNANDES, Maria de Fátima; SILVA, Sandro Dutra e Silva. Áreas mineralizadas em ouro em Pilar de Goiás: história ambiental, recursos naturais e sustentabilidade. Simpósio Nacional de Ciência e Meio Ambiente. Anapólis, 2012. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://ppstma.unievangelica.edu.br/sncma/anais/anais/2012/2012_st01_002.pdf. Acessado em fev, 2025. MARCONI, M. de A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Ed. Atlas, 2003. MONTEIRO, Luan. Mineradora investiu R$1 bilhão em Goiás. Jornal Opção, ed. 24 de outubro de 2024. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/mineradora-britanica-investiu-r-1-bilhao-em-goias-650432/. Acessado em abr, 2025. PALACIN, L. Goiás 1722 a 1822. Oriente. Goiânia, 1976. SANTOS, Victor Vinícius. Uma investigação Geo-Histórica sobre a ocupação do sertão leste das Minas Gerais do século XIX. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2014. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo. Ed. Cortez, 2007. SILVA, Pedro Paulo Damacena. Desenvolvimento e mineração: estudo de caso do município de minerador de Alto Horizonte sob a perspectiva dos direitos humanos. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2019. SOUZA, Laura de Mello. Os desclassificados do ouro. Rio de Janeiro. Ed. Graal, 1987. SOUZA, Marcelo José Lopes. Geografia: conceitos e temas: O território: espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. 2° ed. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2000."
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Publicado em 28 de novembro de 2025

Resumo

MINÉRIO-URBANIZAÇÃO NO CERRADO GOIANO – OS CASOS DE ALTO HORIZONTE, MARA ROSA E PILAR DE GOIÁS INTRODUÇÃO Via de regra a apropriação/ocupação/modificação do bioma Cerrado é atribuído principalmente ao Agrohridronegócio, contudo a mineração, além de se apropriar do Cerrado, também é responsável por criar processos próprios de urbanização. O artigo possui como centralidade compreender como a mineração foi responsável pela apropriação do bioma Cerrado, bem como pelos processos de urbanização e posterior (re)urbanização dos municípios estudados. A metodologia está calcada no arcabouço da pesquisa qualitativa, como revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Os três municípios do Norte Goiano que versam esta pesquisa, tiveram suas origens através da mineração. Alguns ainda no século do ouro, como Pilar de Goiás e Mara Rosa, e na contemporaneidade, Alto Horizonte. Pesquisar estes municípios se faz necessário, pois os movimentos de apropriação e uso do Cerrado e urbanização estão em uma ciclicidade constante, em alguns casos desde o século XVIII. Os ciclos aqui mencionados fazem referência ao descobrimento, exploração, exaurimento, descoberta...dos jazimentos minerais. Cada novo ciclo, altera a composição do bioma, além da estrutura urbana e social do lugar. Ambos municípios, passaram por processos de urbanização peculiares. Em 1736 é descoberto ouro em uma localidade que foi nominada Papuã, hoje, conhecida como Pilar de Goiás. Seis anos após, também é descoberto ouro em uma localidade nominada Amaro Leite, hoje Mara Rosa. Nestes dois municípios, a ênfase mineral passou junto com o ciclo do ouro. Já a proeminente Alto Horizonte, passou a viver seus dias de “glória mineral” a pouco mais de 15 anos. O tipo de urbanização vivida por Pilar de Goiás e Mara Rosa, se assemelha ao destacado por Souza (1987, p. 22): “ Mesmo quando o ouro escasseava, se o caráter de acampamento aurífero não mais persistia, se suas casas começavam a se requintar e suas cidades a ganharem edificações, o assentamento urbano permanecia”. Segundo Souza (2000, p.81): “ Territórios existem e são construídos (e descontruídos) nas mais diversas escalas, da mais acanhada (p. ex, uma rua) à internacional (p. ex., países membros da OTAN)”. Já para Santos (2014, p.50): Enfim, do que foi exposto sobre o conceito de território, fica claro que ele vai muito além de fronteiras delimitadas, fruto do poder político e/ou econômico de determinados grupos. Territórios podem ser diversificados, de tamanhos variados, sobrepostos, ligados por redes e mutáveis ao longo do tempo. Para entender a formação territorial e os fatores que o mantêm, é necessário levar em consideração as nuances políticas, econômicas, sociais, simbólicas, culturais e históricas, que se expressam no espaço através do território. O território em Alto Horizonte foi apropriado para servir de suporte as atividades minerais, foi construído tal qual descrito por Souza (2000) e Silva (2014), para atender as demandas entre outras, dos detentores do capital. O século XXI chegou com grandes movimentações nos três municípios. Em 2007 inicia-se as atividades minerais de exploração de cobre e ouro em Alto Horizonte, quatro anos após, inicia-se a extração de ouro em Pilar de Goiás, e finalmente em 2024, a extração de ouro em Mara Rosa. Por conta da mineração, o território, incluindo aí o bioma Cerrado foram apropriados, e tal qual descreve Cano (2011) os processos de urbanização foram caóticos. Não bastasse as mazelas de cunho social, a população passou a padecer das consequências ambientais. Silva (2019, p. 51), destaca que: “Além dos impactos ambientais a atividade mineira provoca transformações também no campo social. A implementação de um empreendimento minerário transforma a atividade econômica em nível local e regional”. O destaque feito por Silva (2019) ilustra o que acontece com o município e toda a região, onde a economia transformou a vida de poucos, porém os problemas ambientais, sociais e urbanos estão sendo auferidos por todos. Os três municípios estão vivendo momentos muito diferentes na atualidade. Enquanto Alto Horizonte vive o auge das atividades extrativistas, Mara Rosa tem contato com o novo boom mineral, iniciado a menos de um ano. Pilar de Goiás, talvez viva o pior dos cenários dentre os três, as atividades minerais foram bruscamente paralisadas a menos de 12 meses, e apenas pouco mais de década e meia após o início da exploração. METODOLOGIA Diante das problemáticas levantadas e do objetivo definido, estabeleceu-se a metodologia da pesquisa. Nesta perspectiva, diante do que assevera Severino (2007), a pesquisa seguirá a abordagem qualitativa. Considerando a relevância dos trabalhos de campo, conforme destaca Marconi & Lakatos (2003), foram realizados trabalhos de Campo nas áreas pesquisadas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após Papuã ser descoberta em 1732, um período de grande euforia se estabeleceu na região. O lugar que posteriormente passou a ser chamado de Nossa Senhora de Pilar, até chegar nos dias atuais como Pilar de Goiás. Após o cliclo do ouro, no século XVII, Pilar passou quase três séculos vivendo de pequenas ocorrências auríferas, descobertas, extraídas e exaurídas, trabalho sempre executado por poucos garimpeiros. Até que uma multinacional da mineração, descobre uma grande jazida no município. Conforme destaca Silva; Fernandes (2012, p.2):” No início do século XXI, a mineradora canadense Yamana iniciou um conjunto de pesquisa visando a viabilidade econômica de exploração mineral na região”. A canadense Yamana Gold, extraiu o bem mineral de 2011 a 2019, quando vendeu a planta de beneficiamento para outra empresa canadense, a Equinox. Apenas dois anos após ter adquirido a mina de Pilar, a Equinox vendeu a mesma para a empresa Pilar Gold, que fechou o empreendimento pouco mais de dois anos. Em notícia divulgada pelo portal da Assembleia Legislativa de Goiás , é possível constar a manchete com tons de preocupação: Em seu pronunciamento durante a discussão da Ordem do Dia desta quinta-feira, 20, o deputado Lineu Olimpio (MDB) expressou sua preocupação com a crise operacional enfrentada pela empresa Pilar Gold, criada em 2021, tendo como principal ativo a Mina de Pilar, localizada na cidade de Pilar de Goiás. Segundo o parlamentar, a empresa está passando por sérias dificuldades, o que resultou na paralisação das atividades e deixou mais de 600 famílias sem receber salários há mais de três meses. Ao contrário do cenário vivido em Pilar de Goiás, o município de Mara Rosa, após um longo período de marasmo mineral, está vivendo o que Palacin (1976), chama de euforia mineral. Uma grande mina de ouro entrou em produção em 2024. Os números apresentados pela empresa peruana Hochschild Mining impressionam. Segundo Monteiro (2024), a empresa já investiu um bilhão de reais em Mara Rosa, e entre diretos e indiretos, emprega 1.600 pessoas. Este mesmo município, no ínicio da década de 1990, havia sofrido um revés populacional, econômico e social. Até o inicio de 1990, onde hoje é a sede do município de Alto Horizonte, existia uma Vila pertencente ao município de Mara Rosa, chamada simplesmente Chapada. Com o inicio das pesquisas minerais na região a Vila foi crescendo, visando dar suporte as atividades minerais, e logo foi emancipada, juntamente com a vizinha Nova Iguaçu de Goiás. Em 2007 com o inicio da exploração e beneficiamento mineral houve, um aumento populacional expressivo, de cerca de 175% comparando os primeiros dados censitários disponíveis com o último (2022). Segundo dados da Agência Nacional de Mineração – ANM , somente em 2024 o município recebeu de CFEM- Compensação Financeira pela Exploração Mineral R$39.561.323,40. Ainda sobre as fases fatais da mineração descrita por Palacin (1976), Alto Horizonte está vivendo o apogeu mineral. É claro que no município, o crescimento é facil de ser constantado, crescimentos: urbanos, populacionais, empregos, comercais, entre tantos outros. Mas a mineração não é só dádiva, o preço cobrado é grande. Em Pilar de Goiás a “conta” já foi cobrada. Resta saber quando a “conta” chegará aos outros dois municípios. CONSIDERAÇÕES FINAIS Face a toda monta financeira orinunda da mineração, dos milhares de empregos diretos e indiretos gerados, o que se avisinha nos municípios pesquisados são situações divergentes, mas que no final, será o mesmo, já que os bens minerais são finitos, e por consequência tudo gerado pela mineração, também será. O Cerrado apropriado e utilizado será deixado sem reparo. O urbano será construído e descontruído para atender as demandas capitalistas, e será apenas um apêndice do que outrora foi um grande lugar. O poder público padecerá com o imediato corte de recursos, os governos federal e estadual não possuem políticas públicas para áreas de mineração. Tão pouco o governo municipal se preocupou em criar alternativas para a atividade, cuja qual, já se sabia desde o início que findaria. Contudo o que mais padece/padecerá, serão os moradores, que perderão seus empregos e suas expectativas futuras. O parque urbano decrescerá, depreciará e desfazer-se-á. Os detentores do capital, como é praxe, buscará novos biomas, povos, histórias e vidas para apropriar-se em nome de um novo empreendimento. Palavras-chave: Mineração, urbanização, cerrado REFERÊNCIAS FERNANDES, Maria de Fátima; SILVA, Sandro Dutra e Silva. Áreas mineralizadas em ouro em Pilar de Goiás: história ambiental, recursos naturais e sustentabilidade. Simpósio Nacional de Ciência e Meio Ambiente. Anapólis, 2012. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://ppstma.unievangelica.edu.br/sncma/anais/anais/2012/2012_st01_002.pdf. Acessado em fev, 2025. MARCONI, M. de A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Ed. Atlas, 2003. MONTEIRO, Luan. Mineradora investiu R$1 bilhão em Goiás. Jornal Opção, ed. 24 de outubro de 2024. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/mineradora-britanica-investiu-r-1-bilhao-em-goias-650432/. Acessado em abr, 2025. PALACIN, L. Goiás 1722 a 1822. Oriente. Goiânia, 1976. 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