O trabalho deste artigo está diretamente relacionado no diálogo quanto à articulação entre a educação intercultural e a prática educativa adornada pela esperança. Compartilhamos uma abordagem metodológica inspirada em pressupostos da “interculturalidade crítica” como ponto de partida para alcançarmos o debate entre diferentes formas do saber a partir da revisão de literatura com base na Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido do educador Paulo Freire (1992). Com base neste diálogo destacar-se a educação intercultural no estado do Rio Grande do Norte, pois evidencia o reconhecimento de grupos étnicos historicamente posicionado às margens de uma educação tradicionalmente eurocêntrica. Nesta seara, a prática educativa intercultural adornada pela esperança nos aparece como a possibilidade da transformação coletiva, uma vez que se caracteriza como emancipatória em comunidades tradicionais. Isto porque respeita a diversidade pelas diferenças, sem, no entanto, impedir a emancipação de grupos étnicos, em suas potencialidades de ser mais a partir de si e dos outros. Neste sentido, as escolas localizadas nas comunidades indígenas/quilombolas têm buscado a educação intercultural como um instrumento em favor da afirmação de direitos, ao mesmo tempo em que buscam legitimar as suas práticas educativas, diferenciadas e específicas, a partir de currículos próprios.