Artigo Anais do IX Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-86901-66-5

DEEP NUDES: O NOVO FLAGELO EPISTÊMICO

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Publicado em 05 de junho de 2025

Resumo

O envio de nudes, analisado sob a ótica foucaultiana, cumpre três funções: (1) produção de sexualidade; (2) denúncia do indivíduo; e (3) punição indefinida. Essa dinâmica remete ao panóptico, onde o corpo nu é continuamente observado, julgado e disciplinado. Com o surgimento do deepnude, ferramenta de IA capaz de criar imagens de nudez sintética, essas funções se alteram: (1) continua produzindo sexualidade; (2) mantém a punição indefinida; (3) mas deixa de denunciar, pois a pessoa retratada não tirou a foto, ao invés de ser o sujeito intransigente; e (4) o deepnude emerge como ferramenta de dominação sobre corpos não brancos. O deepnude, por sua vez é uma foto falsa que deixa pessoas nuas e que é gerada pelo uso de Inteligência Artificial (IA). É um tipo de "dado sintético" e será reprocessado pela IA. À medida que esses dados superam os dados reais em volume, tornam-se sistêmicos, estruturando a produção de conhecimento e poder. Esse fenômeno promove a hegemonia do corpo branco, consolidando sua centralidade epistêmica. O corpo branco, ao ser exposto pelo deepnude, não é visto como transgressor, mas como vítima, o que o eleva ao status de símbolo universal, deificado em um imaginário de pureza e perfeição, remetendo à alegoria de Prometeu. Assim como Prometeu moldou a humanidade "à semelhança dos deuses", o deepnude utiliza dados digitais como "areia que flui" para criar uma nudez idealizada, como na estética renascentista. Essa "nudez sagrada" reforça um modelo de dominação epistêmica que silencia corpos não-brancos, perpetuando a colonialidade do poder descrita por Fraz Fanon e Aníbal Quijano. O corpo branco torna-se a referência universal da IA, enquanto os corpos racializados são apagados. O deepnude e a prevalência do dado sintético reforça a centralidade do corpo branco e estabelece uma lógica de exclusão epistêmica.

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