Artigo Anais do Congresso sobre Restauração Ambiental em Áreas Degradadas por Desastres Antrópicos

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-5222-060-8

EFICIÊNCIA DE ISOLADOS BACTERIANOS NA DEGRADAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS.

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Publicado em 17 de novembro de 2025

Resumo

Em 2015, na cidade de Mariana, ocorreu o rompimento da barragem de Fundão, o que acarretou a liberação de rejeitos de mineração que eventualmente alcançaram a bacia do Rio Doce. Nesses rejeitos está o acúmulo de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) nos sedimentos da bacia. Esses compostos apresentam elevado nível de toxicidade e persistência, gerando preocupação ambiental. Nesse contexto, a biorremediação surge para diminuir tais impactos, utilizando a capacidade metabólica de microrganismos degradadores como uma alternativa sustentável. O objetivo do projeto foi avaliar a capacidade degradadora desses compostos aromáticos por isolados bacterianos. Os isolados selecionados foram cultivados em erlenmeyers contendo 100 mL de meio mineral BHB suplementado com 0,2% de creosoto e 0,05% de extrato de levedura a 30 ºC. A extração do creosoto contido no meio de cultura foi feita utilizando tolueno. Foram adicionados 7 mL de tolueno nos frascos e deixados sob agitação por 20 minutos. Após esse tempo, coletou-se a fração superior (fase orgânica apolar, escura) e o processo foi repetido. Para a análise no GC-MS, foi feita uma diluição 1/2 (500 ?L da amostra em 500 ?L de diclorometano). O método de análise de HPAs foi realizado em coluna 5MS, e dentre os compostos identificados foram selecionados os principais grupos de HPAs tóxicos, permitindo avaliar o potencial de biorremediação pelas bactérias. Os resultados foram analisados utilizando o ambiente estatístico R. Foram identificados 219 hidrocarbonetos diferentes contidos no creosoto, dentre esses as bactérias conseguiram degradar completamente 165. Os outros 54 não foram degradados completamente, porém, por três isolados de Burkholderia diffusa, dois de Carnobacterium maltaromaticum, um de Pseudomonas stutzeri e Arthrobacter sp, eles conseguiram ser degradados em 96%. O tetracloroetileno e o Benzo[c]fluoreno foram os compostos mais persistentes, porém alguns isolados puderam degradar até 25% e 70% respectivamente, o Benzo[a]fluoreno, mais tóxico e carcinogênico que seu isômero c apresentou 78% de degradação média. Embora alguns compostos apresentaram resistência à degradação, os resultados apontam que, o uso de um consórcio contendo essas bactérias apresenta um grande potencial na biorremediação de áreas contaminadas, como a bacia do Rio Doce.

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