Artigo Anais do IX Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-86901-66-5

“A GENTE NÃO VALE NADA LÁ DENTRO”: EXPERIÊNCIAS DE MULHERES BRASILEIRAS QUE BUSCARAM POR SERVIÇOS DE SAÚDE NO CURSO DE ITINERÁRIOS ABORTIVOS

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Publicado em 05 de junho de 2025

Resumo

O presente estudo buscou apresentar as impressões de mulheres brasileiras acerca das experiências por elas vivenciadas em unidades de saúde no curso de itinerários abortivos, tanto no que diz respeito à busca pela realização de exames diagnósticos no momento da descoberta da gestação, quanto na busca por hospitalização durante ou após a realização do procedimento abortivo. Foram realizadas entrevistas com dezesseis mulheres, que revelaram uma aversão unânime à hospitalização e à busca por unidades de saúde, descrevendo estes momentos dos seus itinerários como aqueles em que sofreram as formas mais latentes de violência física, simbólica e institucional. Assim, a partir da constatação deste fenômeno, buscou-se promover uma análise das vivências destas mulheres e dos tratamentos por elas recebidos pelos profissionais de saúde a partir de uma epistemologia feminista e decolonial, perpassada pelo enfoque biopolítico e pela noção de precariedade, a fim de compreender os mecanismos de força e controle social que operam sobre corpos femininos que vivenciam abortos clandestinos no Brasil. A principal conclusão extraída foi que o tratamento recebido pelas pacientes variou notavelmente a depender do nível de pessoalidade atribuído ao feto e à mulher que o carregava. Essas discrepâncias evidenciam que o julgamento e a penalização por parte das equipes médicas se relacionam tanto à atribuição da noção de vida ao produto da concepção quanto aos marcadores sociais de raça e classe carregados pela mulher gestante. Com isso, constatou-se que as unidades de saúde se configuram como espaços de significativa atuação biopolítica, em que a perpetuação da criminalização judicial e social da prática do aborto e os tratamentos diferenciados e discriminatórios atribuídos às mulheres possibilitou o surgimento de novas e diversas formas de vulnerabilidade e precariedade.

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