Artigo Anais do 9º Encontro Nacional de Ensino de Sociologia na Educação Básica

ANAIS de Evento

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POR UMA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL NO ENSINO DE SOCIOLOGIA: A PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE GÊNERO E RAÇA

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O campo de estudos sobre Ensino de Sociologia se configura como um espaço significativo de discussão de docentes, pesquisadores e licenciados em Ciências Sociais ou Sociologia, que buscam evidenciar o histórico, a institucionalização da disciplina, as experiências sobre o ensino e a sistematização dos conhecimentos da área por meio da mediação didática. das temáticas das três grandes áreas das Ciências Sociais – Antropologia, Ciência Política e Sociologia – para que esses conhecimentos sejam aplicados de forma pedagógica e metodológica no espaço escolar (Mocelin, 2020). Com a obrigatoriedade da disciplina, a partir 2008, maiores são as contribuições para o campo do ensino de sociologia, visto que houve um movimento crescente de trabalhos acadêmicos voltados para a temática. Mocelin (2020) aponta que a primeira década da sua obrigatoriedade, é marcada não somente pelo aumento de trabalhos na temática. Surgiram mais cursos de licenciaturas em Ciências Sociais e em Sociologia, assim como o crescimento dos programas de pós-graduação. A área se profissionaliza a partir da criação do Mestrado Profissional em Rede (ProfSocio), e tem-se a presença da disciplina no PNLD a partir de 2012. Na perspectiva de uma formação complementar surgem também os laboratórios de pesquisa e ensino, e cursos interdisciplinares diversos. Embora a categoria de gênero seja temática consolidada no campo teórico e de pesquisa nas Ciências Sociais, Osório e Sarandy (2016) perceberam que a questão de gênero tem pouco ou nenhum espaço nos documentos curriculares. Em análise realizada aos Parâmetros e Orientações Curriculares voltadas para o ensino médio, os autores concluíram que os documentos não tem indicação da questão de gênero em nenhuma área da Sociologia. Foi destacado que o gênero é pontuado como um tema possível no cotidiano escolar, mas o documento não aponta a sua necessidade e nem a sua obrigatoriedade. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) são redigidos os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997) destinados ao ensino fundamental. No PCN de 1997, a temática de gênero está pontuada em Temas Transversais no tópico Orientação Sexual. No documento a questão de gênero é retratada de forma biologizante e binária, e não considera perspectivas relacionais a partir de outras categorias como raça, classe, religião, sexualidade e poder. Essa noção singular, heteronormativa, binária e centralizada em um único sujeito é problematizada por Louro (2000). Nos estudos de gênero é possivel identificar que existem compreensões sobre as relações de gênero que estão para além dessa perspectiva binária e biológica. A questão de gênero adquire contornos mais complexos ao articular os aspectos sociais e culturais. Nesse sentido, Louro, chama atenção para a necessidade de abordar a categoria de um ponto de vista relacional e no campo das sociabilidades. Nos trabalhos encontrados sobre gênero e seus atravessamentos no sentido do ensino de sociologia, foi possível perceber que dentre os desafios para trabalhar a temática encontra-se o déficit na formação inicial (Almeida, 2020), documentos curriculares (Araújo, 2019), percepção dos estudantes diante da temática (Burille, 2015). Os docentes de sociologia podem ser agentes que ora podem reproduzir ou questionar os padrões e normas da sociedade. De fato, a sociologia tem o importante papel de promover o questionamento crítico das relações sociais e das formas de poder. Mediante a um compromisso político e pedagógico para pontuar as questões de gênero e seus atravessamentos em suas práticas. Objetivos Este trabalho busca compreender os estudos acadêmicos que analisam as categorias de gênero e raça de forma interseccional, a fim de interpretar as presenças e ausências nas práticas escolares, nos documentos curriculares, e compreender os significados que docentes e estudantes atribuem ao trabalho da tema. A escolha por relacionar a categoria de gênero a raça, a partir da perspectiva sociológica, se da por compreendermos que a categoria Raça também deve ser entendida no seu sentido relacional e construído socialmente. O pensamento de Crenshaw (2002) também marca a importância de discutir esse cruzamento pois, “não apenas traz a tona a discriminação racial contra mulheres, mas também permite um entendimento mais profundo das formas específicas pelas quais gênero configura a discriminação também enfrentada pelos homens” (Crenshaw, 2002, p.173). Caminhos Metodológicos Foi realizado um levantamento bibliográfico, através da Biblioteca Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), de trabalhos que analisam gênero e raça interseccionalmente. Foi considerando um recorte de 2014 a 2024 para compreender o cenário de pesquisas em uma década que tem como característica o cenário político conservador que promove movimentos contra uma “doutrinação ideológica” no ambienta escolar. Esses manifestações podem ser caracterizadas pelo “Escola sem Partido”, termos como “ideologia de gênero”. No sentido desse cenário conservador diversos debates foram silenciados como as questões de gênero, sexualidade, e todo debate que se pretendia dialogar sobre diversidade. Utilizou-se na busca palavras-chave tais como: “gênero”, raça”, “questões de gênero”, “relações étnico-raciais”, “perspectiva interseccional”, “interseccionalidade” para dar conta do levantamento. Considerações Iniciais De acordo com o trabalho de Fidelis, (2020) além de falas problemáticas dos docentes em relação a temática de gênero e raça, ao exercer suas práticas, a reforma curricular promovida pela Lei 13.415/2017 tem se manifestado com um dificultador do trabalho docente. E essa realidade das novas políticas curriculares impede até mesmo o professor disposto a trabalhar as questões de gênero e seus debates. Em Souza (2020) é possível perceber que o trabalho da representatividade, não somente em datas marcadas no calendário escolar, possibilita que a juventude negra se sinta representada de forma positiva. Dessa forma, vê-se como o trabalho de gênero relacionado ao debate racial promove mudanças significativas para a juventude negra."
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Publicado em 18 de julho de 2025

Resumo

Delimitação do Estudo A pesquisa aqui apresentada é resultado do levantamento bibliográfico inicial realizado no âmbito do Mestrado em Ciências Sociais no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora que busca como objetivo principal compreender como os docentes egressos de Ciências Sociais da instituição mobilizam as categorias de gênero e raça. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo analisar as produções acadêmicas que priorizam a análise das categorias de gênero e raça de forma interseccional no Ensino de Sociologia. O campo de estudos sobre Ensino de Sociologia se configura como um espaço significativo de discussão de docentes, pesquisadores e licenciados em Ciências Sociais ou Sociologia, que buscam evidenciar o histórico, a institucionalização da disciplina, as experiências sobre o ensino e a sistematização dos conhecimentos da área por meio da mediação didática. das temáticas das três grandes áreas das Ciências Sociais – Antropologia, Ciência Política e Sociologia – para que esses conhecimentos sejam aplicados de forma pedagógica e metodológica no espaço escolar (Mocelin, 2020). Com a obrigatoriedade da disciplina, a partir 2008, maiores são as contribuições para o campo do ensino de sociologia, visto que houve um movimento crescente de trabalhos acadêmicos voltados para a temática. Mocelin (2020) aponta que a primeira década da sua obrigatoriedade, é marcada não somente pelo aumento de trabalhos na temática. Surgiram mais cursos de licenciaturas em Ciências Sociais e em Sociologia, assim como o crescimento dos programas de pós-graduação. A área se profissionaliza a partir da criação do Mestrado Profissional em Rede (ProfSocio), e tem-se a presença da disciplina no PNLD a partir de 2012. Na perspectiva de uma formação complementar surgem também os laboratórios de pesquisa e ensino, e cursos interdisciplinares diversos. Embora a categoria de gênero seja temática consolidada no campo teórico e de pesquisa nas Ciências Sociais, Osório e Sarandy (2016) perceberam que a questão de gênero tem pouco ou nenhum espaço nos documentos curriculares. Em análise realizada aos Parâmetros e Orientações Curriculares voltadas para o ensino médio, os autores concluíram que os documentos não tem indicação da questão de gênero em nenhuma área da Sociologia. Foi destacado que o gênero é pontuado como um tema possível no cotidiano escolar, mas o documento não aponta a sua necessidade e nem a sua obrigatoriedade. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) são redigidos os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997) destinados ao ensino fundamental. No PCN de 1997, a temática de gênero está pontuada em Temas Transversais no tópico Orientação Sexual. No documento a questão de gênero é retratada de forma biologizante e binária, e não considera perspectivas relacionais a partir de outras categorias como raça, classe, religião, sexualidade e poder. Essa noção singular, heteronormativa, binária e centralizada em um único sujeito é problematizada por Louro (2000). Nos estudos de gênero é possivel identificar que existem compreensões sobre as relações de gênero que estão para além dessa perspectiva binária e biológica. A questão de gênero adquire contornos mais complexos ao articular os aspectos sociais e culturais. Nesse sentido, Louro, chama atenção para a necessidade de abordar a categoria de um ponto de vista relacional e no campo das sociabilidades. Nos trabalhos encontrados sobre gênero e seus atravessamentos no sentido do ensino de sociologia, foi possível perceber que dentre os desafios para trabalhar a temática encontra-se o déficit na formação inicial (Almeida, 2020), documentos curriculares (Araújo, 2019), percepção dos estudantes diante da temática (Burille, 2015). Os docentes de sociologia podem ser agentes que ora podem reproduzir ou questionar os padrões e normas da sociedade. De fato, a sociologia tem o importante papel de promover o questionamento crítico das relações sociais e das formas de poder. Mediante a um compromisso político e pedagógico para pontuar as questões de gênero e seus atravessamentos em suas práticas. 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