Artigo Anais do 9º Encontro Nacional de Ensino de Sociologia na Educação Básica

ANAIS de Evento

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POLÍTICA E EDUCAÇÃO: FORMAÇÃO DE PROFESSORES E TRANSPOSIÇÃO DE CONTEÚDO DA CIÊNCIA POLÍTICA PARA O ENSINO MÉDIO NO CEARÁ

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Este último foi proposto pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia da UFC como um curso de extensão voltado para a formação docente sobre “Recursos educacionais para trabalhar temas emergentes”. Michel Apple (2024) pontua que a escola é um espaço de produção e reprodução dos agentes que movimentam conhecimentos e ideologias. É um espaço em que as contradições culturais, econômicas e políticas se expressam neste movimento de produção e reprodução. Em 2016, a política brasileira teve um impacto produzido pelos efeitos do impeachment e, então, a antipolítica se adensou repercutindo na rejeição às instituições que sustentam os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário: a perspectiva antissistema foi mobilizada. O discurso de uma “polarização” produziu o acirramento das disputas políticas fora da arena institucional. Somado a esse cenário, é interessante lembrar das novas configurações frente às desigualdades - estas, múltiplas, sustentadas e arvoradas na meritocracia -, incentivam soluções individuais, ou seja, transformam em questões do âmbito privado discussões que são também coletivas. Dentre elas, a política. Como um tema espinhoso, discussões de temas próprios da ciência política são evitadas nas salas de aula. Aqui, há um ponto sensível que se refere à formação cidadã de estudantes que têm pouco contato com o conteúdo sobre as instituições políticas de representação. Diante dos acirramentos de conflitos, os (as) professores (as) evitam trabalhar, inclusive, o funcionamento do Estado brasileiro. A proposta do módulo “Educação e política” busca, então, dialogar com os professores da rede básica sobre o ensino da política. Apenas 24% dos inscritos dizem trabalhar temas próprios da política em sala de aula. A negação das instituições, via a antipolítica e pretensa “neutralidade”, significa dizer que os representantes, os partidos, os grupos de representação institucionais são incapazes de atender às múltiplas demandas dos indignados. Fomenta a rejeição à política como um espaço de construção até porque, nesses termos, nenhum coletivo é capaz de atender a individualização dos desejos. O desafio em que os professores de Sociologia no Ensino Médio são lançados se inserem via perspectiva não escolar da escola (Sposito, 2003) na medida em que está diante de um discurso pedagógico elaborado em um processo de recontextualização pedagógica em que as agências envolvidas (oficiais e não-oficiais) orientam sua reestruturação. A finalização da proposta ocorreu diante de cenários de golpe institucional (impeachment de Dilma Roussef em 2016) e, em sequência, os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro fomentaram a visão da escola como um espaço de formação profissional para o mercado de trabalho. As instituições políticas, o Executivo e o Legislativo, foram agentes mobilizadores do processo de recontextualização pedagógica e imprimiram o “controle simbólico” ao reduzir a autonomia das áreas de conhecimento e de seus componentes curriculares (Silva; Alves Neto, 2020). Diante da articulação destes poderes de representação política e para que exista uma reflexão crítica desse processo, torna-se ainda mais importante compreender o funcionamento das instituições políticas, seus poderes decisórios, promoção de espaços participativos para o debate envolvendo os agentes recontextualizadores de maneira integrada entre os agentes. E mais: envolve a preparação dos agentes pedagógicos que estão diretamente implicados na produção do conhecimento e como estão desenvolvendo seus conteúdos em sala de aula diante do processo de “sociologização” da disciplina diluída na área de conhecimento de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. O objetivo geral da pesquisa foi investigar como os professores da educação básica acessam e transpõem o conteúdo da ciência política durante a formação docente. Para isso, os objetivos especificam: 1) Investigar conteúdos prévios e as dificuldades dos estudantes do Mestrado Profsocio durante o módulo de política; 2) Verificar os conteúdos prévios e as dificuldades dos professores/estudantes durante o módulo “Educação e Política” do curso de extensão; 3) Descrever conhecimento prévio, dificuldades e ideias para a transposição de conteúdos da ciência política na educação básica. Para a investigação, a proposta foi a produção de um relato de experiência sobre a formação de professores da educação básica para os conteúdos da Ciência Política durante o período de estágio pós-doutoral. O relato de experiência utilizou a metodologia qualitativa. A coleta dos dados foi feita nos períodos de janeiro a abril de 2025 e utilizou como instrumento o registro em diário de pesquisa e o plano de aula elaborado como critério de avaliação. Como parâmetros de análise, os registros buscaram observar: a) Principais dificuldades dos professores; b) Experiências didáticas; c) Transposição de conteúdo. Foram aplicados, também, três questionários, via plataforma Google forms, observando o perfil dos participantes, os conhecimentos prévios sobre o conteúdo e os conhecimentos posteriores. Política e educação é um tema considerado como “emergente” porque, no cotidiano escolar, há desafios enfrentados por docentes que não possuem ampla discussão e estão diante da rejeição aos temas sobre política. Os sujeitos pesquisados afirmam ter insegurança sobre os conteúdos. Indicam ter dificuldade em compreender as regras dos sistemas políticos, apresentam confiança ou desconfiança tácita em lideranças e partidos específicos que dificultam uma transposição de conteúdo mais explicativo e menos opinativo, relatam dificuldades em formulação didática que não alimentam possíveis conflitos existentes. Como encaminhamento para a versão desta pesquisa, os dados qualitativos serão apresentados com maior descrição narrativa e com discussão teórica ampliada."
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Publicado em 18 de julho de 2025

Resumo

O objetivo da pesquisa foi verificar os efeitos da formação de professores no estado do Ceará no tema sociológico “Política e educação para formação cidadã”, promovida pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Federal do Ceará (UFC), no decorrer do Projeto “Formação de Professores para o desenvolvimento social no Ceará”. Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência sobre as atividades desenvolvidas durante o estágio pós-doutoral em Sociologia na Universidade Federal do Ceará (UFC), realizadas no âmbito das parcerias institucionais mencionadas, com foco na formação docente em conteúdos de Ciência Política. O relato é produzido com base nas experiências: 1) Disciplina de Teoria Sociológica para o Mestrado Profsocio (módulo sobre Teoria Política); 2) Curso de extensão para a formação de professores. Este último foi proposto pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia da UFC como um curso de extensão voltado para a formação docente sobre “Recursos educacionais para trabalhar temas emergentes”. Michel Apple (2024) pontua que a escola é um espaço de produção e reprodução dos agentes que movimentam conhecimentos e ideologias. É um espaço em que as contradições culturais, econômicas e políticas se expressam neste movimento de produção e reprodução. Em 2016, a política brasileira teve um impacto produzido pelos efeitos do impeachment e, então, a antipolítica se adensou repercutindo na rejeição às instituições que sustentam os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário: a perspectiva antissistema foi mobilizada. O discurso de uma “polarização” produziu o acirramento das disputas políticas fora da arena institucional. 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As instituições políticas, o Executivo e o Legislativo, foram agentes mobilizadores do processo de recontextualização pedagógica e imprimiram o “controle simbólico” ao reduzir a autonomia das áreas de conhecimento e de seus componentes curriculares (Silva; Alves Neto, 2020). Diante da articulação destes poderes de representação política e para que exista uma reflexão crítica desse processo, torna-se ainda mais importante compreender o funcionamento das instituições políticas, seus poderes decisórios, promoção de espaços participativos para o debate envolvendo os agentes recontextualizadores de maneira integrada entre os agentes. E mais: envolve a preparação dos agentes pedagógicos que estão diretamente implicados na produção do conhecimento e como estão desenvolvendo seus conteúdos em sala de aula diante do processo de “sociologização” da disciplina diluída na área de conhecimento de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. 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